domingo, 21 de junho de 2020

PersépolisPersépolis by Marjane Satrapi
My rating: 5 of 5 stars

Marjane Satrapi viveu sua transição da adolescência para a idade adulta vendo seu país, o Irã, passar de uma monarquia ditatorial para uma república de cunho religioso fundamentalista. Filha e educada por um casal liberal, a jovem vê suas opiniões e atitudes começar a entrar perigosamente em conflito com os guardiões do novo regime.

Para complicar a rotina do país, inicia-se o conflito com o vizinho Iraque. Uma guerra, segundo a opinião do circulo progressista que cerca a família de Marjane, fomentada pela potências ocidentais apenas com o fim de enfraquecer o exército o Irã e ter acesso ao petróleo iraquiano. É assim que a jovem rebelde, para sua proteção, é enviada para estudar na Áustria.

Pelo texto direto e o traço da autora, tem-se contato com um Irã pouco conhecido no ocidente. Um país que passou por vários períodos de dominação, por diferentes correntes religiosas e políticas, até a condição atual em que mulheres não devem sair à ruas sem véus e não podem andar de mãos dadas do nenhum homem que não seja seu pai ou irmão.

Vemos o evoluir dos fatos através de uma jovem que tenta achar coerência diante da perda de um tio executado, amigos mutilados pela guerra, vizinhos mortos por bombardeios, a xenofobia na Europa, drogas e desencantos amorosos. "Persépolis" é um trabalho extraordinário que joga alguma luz sobre um período da história e um país que chegou a ser qualificado como parte do "eixo do mal", mas pouco se sabe sobre seu cotidiano.


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domingo, 17 de maio de 2020

Laika: Astronaut DogLaika: Astronaut Dog by Owen Davey
My rating: 5 of 5 stars

O desfecho que todos teriam preferido para a cadelinha astronauta Laika, escrito e ilustrado pelo autor.


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Todos nós adorávamos caubóisTodos nós adorávamos caubóis by Carol Bensimon
My rating: 3 of 5 stars

Duas amigas fazem uma viagem de carro por cidades do interior do Rio Grande do Sul. Uma localidade é turística, outras são cidades com poucos atrativos, mas a ideia é essa mesmo: rodar quase a esmo, hospedar-se em hotéis simplórios. O propósito é descobri até onde vai a amizade entre as duas jovens.
Caros Bensimon escreve um road book livremente inspirado no filme "Thelma & Louise" para contar a história de Cora e Julia, narrada pela perspectiva da primeira. A trama recorre a reflexões no presente e muitos flash backs a fim de localizar o leitor no momento psicológico de Cora e suas expectativas quando ao desfecho da viagem.
Paisagens e cenários urbanos bucólicos, personagens curiosos e situações inusitadas compõem a narrativa em "Todos nós adorávamos caubóis", que nesta edição da Tag Livros é apresentada em um tratamento gráfico caprichado e belas fotografias que remetem à trama.


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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Bob & Harv - Dois Anti-Heróis AmericanosBob & Harv - Dois Anti-Heróis Americanos by Harvey Pekar
My rating: 4 of 5 stars

Parceria entre dois artistas do underground que resultou numa das melhores fases da revista American Splendor. Harvey Pekar trabalhava como arquivista em um hospital de Cleveland (EUA) e faturava alguns trocados negociando discos raros de jazz, sua paixão. Propõe ao cartunista Robert Crumb desenhar suas histórias, algumas reunidas nessa publicação sobre "dois anti-heróis americanos".

Se o traço de Crumb se caracteriza pelo estilo psicodélico e surrealista, os roteiros de Pekar são lacônicos e retratam situações absolutamente banais do cotidiano. Os dois artistas fazem parte de várias histórias, envolvidos com personagens curiosos e pessoas da contracultura. Tem narrativa que termina quando mal começou, o que faz pensar: "Mas não é assim mesmo?"


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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Eu Sou a LendaEu Sou a Lenda by Richard Matheson
My rating: 4 of 5 stars

Tinha curiosidade de conhecer a origem de um filme que vi na TV há muitos anos – "A última esperança da Terra". Gostei do filme, mas a cena final me desagradou. A trama ganhou uma terceira versão para o cinema com Will Smith e Alice Braga, em 2007, com o mesmo título do livro. Interessante.

"Eu sou a lenda" foi lançado em 1954 e mistura terror com ficção científica. Como é comum nesses gêneros, explora os medos mais profundos do ser humano, como a solidão e o desconhecido. Robert Neville é, aparentemente, o único sobrevivente de uma peste que transformou as pessoas em vampiros.

Neville vive em um casa fortificada e investe a luz do dia, período em que pode circular com segurança, na busca por explicações para a epidemia. É aí que a trama de Matheson se torna cansativa em muitas passagens, na tentativa de explicar aspectos do mito do vampiro, como o medo da cruz e a repulsa ao alho. O autor poderia ter deixado Drácula de lado para desenvolver sua própria narrativa.

Com uso do discurso indireto livre Matheson envolve o leitor na angústia da solidão e falta de perspectiva de Neville, o ponto alto da obra. O autor também é hábil ao criar uma tensão permanente nas passagens em que Neville está exposto – e pode ser enganado por um relógio quebrado quanto à hora de se proteger – ou mesmo dentro de sua casa.

A edição da Aleph teve tradução de Delfin, é ilustrada com vinhetas elegantes e conta com um bom artigo de Mathias Classen, professor da Universidade de Aarhus, Dinamarca. Há ainda uma breve entrevista concedida por Matheson na época de lançamento da última adaptação de sua novela para o cinema

Richard Matheson teve uma extensa obra como escritor de romances, contos e roteiros. São dele histórias conhecidas como "O incrível homem que encolheu", "Em algum lugar do passado", episódios de Além da Imaginação e Jornada nas Estrelas. "Hell House" ("A casa infernal", no Brasil) também foi levado ao cinema, mas em nada acrescenta a "The Haunting of Hill House" ("A Maldição da Residência Hill"), novela publicada por Shirley Jackson 12 anos antes.

Destaco o conto "Duel", que serviu de base para o roteiro de "Encurralado", primeiro filme feito por Steven Spielberg para a televisão. Mais uma vez, o tema da angústia de um homem sozinho diante da violência mortal e inexplicável.


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terça-feira, 14 de abril de 2020

Billie HolidayBillie Holiday by Carlos Sampayo
My rating: 4 of 5 stars

Breve biografia em quadrinhos, desenhada por José Antonio Muñoz, com argumento de Carlos Sampayo, ambos argentinos. Traço em preto e branco resume a ascensão e momentos mais difíceis da vida de Billie Holiday.

Li em uma edição antiga da L&PM, mas há uma edição de 2017 da Editora Mino.


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Car TalesCar Tales by Jane Gottlieb
My rating: 5 of 5 stars

Edição de 1991 com fotos de Jane Gottlieb e prefácio do ex-piloto Mario Andretti. Mas vale mesmo é pelos cinco contos, de F. Scott Fitzgerald, Jack Finney, MacKinlay Kantor, William Saroyan e Arthur Conan Doyle. O tema central é a paixão pelo automóvel nas primeiras décadas do século 20.


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sábado, 11 de abril de 2020

O Amor NaturalO Amor Natural by Carlos Drummond de Andrade
My rating: 5 of 5 stars

Carlos Drummond de Andrade até permitiu que algumas pessoas lessem seus poemas eróticos quando ainda estava vivo. Alguns saíram em revistas masculinas nos anos 1970, mas a maior parte, a seu pedido, foi publicada apenas após a sua morte.

"O Amor Natural" é uma obra surpreendente de Drummond. Fala de sexo com leveza e sensibilidade, sem deixar de ser quase explícito em muitos versos. O livro tem belas ilustrações de Milton Dacosta, e um posfácio em que Affonso Romano de Sant'Anna discute a tênue linha entre o erótico e o pornográfico.

Se era esse o receio de Drummond de ver a obra publica em vida, não precisava. Trata-se apenas de amor natural.


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terça-feira, 7 de abril de 2020

Coração das trevasCoração das trevas by Joseph Conrad
My rating: 5 of 5 stars

A viagem de uma embarcação ao longo do rio Congo traça um terrível retrato dos efeitos do colonialismo europeu no continente africano. Charles Marlow, capitão do velho navio a vapor, é encarregado do resgate de Kurtz, um comerciante de marfim quase mítico isolado centenas de quilômetros rio acima. Lenta e cheia de dificuldades, a jornada vai adentrando a selva sombria, e os recantos mais escuros do ser humano.

Narrado por Marlow, com raros diálogos e longas reflexões, "Coração das Trevas" é um romance curto e impressionante. A narrativa publicada em 1899 foi transposta 80 anos no futuro, e adaptada do cenário da selva no Congo para a guerra do Vietnã pelo cineasta Francis Ford Coppola no filme "Apocalypse Now".

Li "Coração das Trevas" na edição da Ubu Editora, com tradução de Paulo Schiller e quase metade das 226 páginas com belíssimas intervenções artísticas de Rosângela Rennó. A edição tem ainda posfácio de Bernardo Carvalho e textos de Paulo Mendes Campos, Virginia Woolf e Walnice Nogueira Galvão.


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sábado, 28 de março de 2020

Viagens no Tempo e O Cachimbo do Vovô JoeViagens no Tempo e O Cachimbo do Vovô Joe by Alan Lightman
My rating: 5 of 5 stars

O conhecimento cientifico avança num período de 25 anos, mas essa obra de Alan Lightman continua valendo a leitura. O autor já havia mostrado seu talento em "Os sonhos de Einstein", e volta a oferecer seu texto agradável. Físico de formação, Lightman escreve como poucos. E nesses 26 textos curtos traduz conceitos de ciência para experiências do cotidiano a fim de tornar compreensíveis desde as infinitesimais partículas do átomo aos profundos mistérios do universo.
A tradução de Carlos Afonso Malferrari fez a curiosa opção do título original - "Dance for two" - para o escolhido pela Companhia das Letras no lançamento da obra, em 1996.


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This Book Is Full of Spiders: Seriously, Dude, Don't Touch It (John Dies at the End, #2)This Book Is Full of Spiders: Seriously, Dude, Don't Touch It by David  Wong
My rating: 3 of 5 stars

Mais um livro sobre apocalipse zumbi, mas aqui com abordagem cômica. Vale mais pela atuação de Nick Podehl na narração da obra, dando um show de interpretação aos diferentes personagens. Para ouvir no carro.


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sábado, 21 de março de 2020

ReportagensReportagens by Joe Sacco
My rating: 5 of 5 stars

Nascido em Malta, Joe Sacco vive nos EUA mas tem uma visão particular de conflitos ao redor do mundo. Põe especial atenção nos efeitos que guerras, hostilidades emigrações têm nas camadas mais vulneráveis da população.
E faz jornalismo em quadrinhos, o que contribui para centralizar o foco na população civil que mais sofre com os efeitos dos conflitos e nos campos de refugiados. Pessoas que recorrem à vida militar como única alternativa de obter recursos financeiros também têm a atenção de Joe Sacco.
Enfim, um jornalista que dá voz aos que sofrem os efeitos de conflitos e rivalidades. Impressionante é contatar que muito dos graves problemas tem origem em crenças religiosas e apartheid social.
"Reportagens" traz coberturas feitas pelo jornalistas em diferentes partes do mundo, incluindo sua terra natal. Elas foram publicadas em periódicos que abrem espaço para essa linguagem de quadrinhos, vista por muita gente como voltada para crianças. No caso de Joe Sacco e outros autores, porém, não há nada de infantil. É preciso ler aos poucos, porque desperta emoções duras.


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domingo, 15 de março de 2020

Juncos ao ventoJuncos ao vento by Grazia Deledda
My rating: 5 of 5 stars

Grazia Deledda nasceu e viveu na Sardenha, Itália, nos primeiros anos de sua vida, fim do século 19. E é de lá, no momento em que essa ilha vivia um período decadente, que a autora traz a inspiração para sua principal obra, vencedora do Prêmio Nobel de 1926.

O romance gira em torno da vida de Efix, servo dedicado a uma família empobrecida, amargurado com dramas do passado. É fascinante o retrato que a autora faz de uma sociedade profundamente religiosa e ao mesmo tempo presa a antigas superstições. Camponeses, padres, benzedeiras, agiotas e mendigos convivem em uma trama com muito folclore e melancólica poesia. A narrativa é impregnada pelo relevo da Sardenha, imagens do Sol poente, o movimento dos juncos que dão título à obra.

Li o livro em edição da antiga Editora Opera Mundi, de 1971. A curiosidade é que "Canne al vento" foi traduzido para o português por Mario Mossa De Murtas, também nascido na Sardenha, e amigo de Grazia Delleda. Murtas, que viveu e morreu no Brasil, também escreveu a introdução e criou as belas ilustrações do livro.

A obra ganhou nova tradução para o Brasil feita por Maria Augusta Mattos para a Editora Carambaia, agora com o título de "Juncos ao vento". Caniços ou juncos, vale muito a leitura.


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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Lincoln in the BardoLincoln in the Bardo by George Saunders
My rating: 4 of 5 stars

Abraham Lincoln já enfrentava um terrível drama como presidente de um país dividido por um conflito civil, como foi a Guerra da Secessão nos Estados Unidos. Em fevereiro de 1862, viu-se diante de uma tragédia pessoal quando, pouco depois de completar 11 anos de idade, seu filho Willie morreu vítima da febre tifóide.

O sofrimento de Lincoln, visto vezes seguidas abraçado ao corpo de filho na capela do cemitério, causa comoção. Seu luto e as repercussões do episódio na época são o tema do escritor norte-americano George Saunders, até então conhecido por seus contos, ensaios, novelas e literatura infantil. "Lincoln no limbo", seu primeiro romance, acumulou prêmios e críticas positivas por sua originalidade.

No longo período de produção da obra, Saunders pesquisou documentos históricos e dá voz a "fantasmas" em vários depoimentos da época. O resultado é uma inovadora narrativa sobre perda e luto feita por 166 personagens. A versão em audiolivro é ainda mais arrojada: Saunders envolveu sua esposa, filhos, amigos, atores e atrizes como Julianne Moore e Susan Sarandon no projeto da Random House Audio que ouvi.

"Lincoln in the Bardo" foi lançado no Brasil como "Lincoln no Limbo" pela Companhia das Letras, com tradução de Jorio Dauster. Vale atentar para a contradição entre os muitos depoimentos acerca dos fatos que envolvem o drama da família Lincoln. Gente que declara ver olhos de cores diferentes nas mesmas pessoas, a Lua brilhando na mesma noite em que outros testemunharam uma tempestade. Uma obra original e interessante.


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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

A fúriaA fúria by Silvina Ocampo
My rating: 5 of 5 stars

O insólito e o fantástico lapidados em 34 contos curtos, cuja leitura causa desde perturbação até um estado de surpresa e maravilhamento. A crueldade pode surgir de situações triviais, em meio a uma narrativa serena, pelas mãos de personagens banais e insuspeitos, ou mesmo crianças.


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domingo, 16 de fevereiro de 2020

Medo ImortalMedo Imortal by Afonso Arinos
My rating: 5 of 5 stars

O encontro entre o gótico, o folclore e a cultura popular do Brasil na segunda metade do século 19 na visão de 12 escritores da primeira geração da Academia Brasileira de Letras. Tão talentosos quanto conservadores: barraram a entrada de Júlia Lopes de Almeida, cujo lugar foi garantido nessa coletânea por iniciativa de seu organizador, Romeu Martins.

Jornalista e escritor catarinense, Romeu propôs essa obra à editora DarkSide, e promoveu um verdadeiro resgate de contos e poemas esquecidos ou muito pouco conhecidos. Boa parte das narrativas vale mais pela curiosidade literária, outros resvalam pela pieguice, e alguns são confusos. Mas há muitos achados. É muito curioso o resultado da influência da literatura de fantasia e terror da Europa e Estados Unidos sobre contos e lendas do sertão brasileiro, onde se passam vários dos relatos.

Há de tudo: médicos que enlouquecem, sadismo, pedofilia, paixões trágicas, vício em drogas, relatos de desigualdade social tratados como histórias de horror - o que de fato são. Uma sugestão de vampirismo e outra de ficção científica completam o cardápio. Os relatos em que o sobrenatural se manifesta têm um saboroso viés de cultura cabocla.

Cada escritor é precedido de uma breve biografia e citações de trabalhos acadêmicos que contextualizam as obras e suas influências do exterior. E há relatos criativos que mais tarde seriam vistos em obras estrangeiras.

Machado de Assis abre a obra com quatro contos, mas senti falta da crônica "O autor de si mesmo", em que o escritor trata de um caso criminal envolvendo uma criança. Lamentavelmente, o horror muita vezes é real.

"Medo imortal" é um achado que merece ser lido tanto por quem gosta desse gênero literário como por admiradores da literatura brasileira. No mínimo, como desagravo a Júlia Lopes de Almeida. Autora, aliás, de alguns dos melhores contos dessa coletânea.


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domingo, 26 de janeiro de 2020

Review: A Visita Cruel do Tempo

A Visita Cruel do Tempo A Visita Cruel do Tempo by Jennifer Egan
My rating: 4 of 5 stars

O fascínio de "A cruel visita do tempo" vai além da melancólica narrativa que gira em torno da vida de músicos e pessoas ligadas ao universo da indústria fonográfica.

Jennifer Egan brinca com o leitor, instigado a montar um quebra-cabeças pela leitura que alterna primeira, terceira e mesmo a segunda pessoa ao longo dos 13 capítulos da obra. E a narrativa ainda se desenrola por anos, através do ponto de vista de diferentes personagens e em períodos não lineares de tempo. As histórias vão se conectando, relacionamentos se formam e terminam até o desfecho que se articula ao início da obra.

Uma curiosidade na boa tradução de Fernanda Abreu é a escolha do termo console para tablet. Não conheço ninguém que use essa palavra para equipamentos como iPads. O termo é mais comum para aparelhos de videogame. Estranho também o uso da letra T no lugar de e-mail ou mensagem.
Sem prejuízo para o resultado que, aliás, ficou com o belo título em português, superior ao original.

A citação do Los Angeles Times na capa - "O melhor livro que você terá nas mãos"- é exagerada. Mas ainda assim "A cruel visita do tempo" é uma excelente leitura.

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sábado, 18 de janeiro de 2020

Review: Dark Water Bride

Dark Water Bride Dark Water Bride by Marty Ross
My rating: 3 of 5 stars

Mistura de policial, suspense e horror gótico ambientado em uma Londres Vitoriana. Catriona, jovem filha de um bem-sucedido banqueiro, resolve investigar a morte do pai e descobre um submundo em que o horror não tem nada de sobrenatural.

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