Os personagens foram apropriados pela cultura pop |
As relações entre deuses, gigantes, anões e outros personagens mitológicos se sucedem ao longo das crônicas da obra. Chama a atenção a sequência de engodos, tramoias e ardis com que as nobres divindades tentam passar para trás umas às outras o tempo todo.
Não raro, o assunto acaba em pancadaria. O ardiloso Loki tem a capacidade de sempre piorar as coisas. E há passagens surpreendentes e de humor impagável, como Thor ter de se vestir de mulher para enganar o ladrão que roubou seu martelo Mjolnir para tentar recuperá-lo.
O estelionato é frequente, mas há também muitos códigos de honra. E respeito à mulher, que tem espaço para recusa ao desempenho de alguns papéis menos nobres. Estamos falando de uma obra que reúne lendas anteriores ao cristianismo. As walkírias eram divindades encarregadas de recolher as almas dos guerreiros e conduzi-las até Valhalla, o salão dos mortos.
Não se surpreenda em encontrar personagens muito familiares em obras como "Senhor dos Anéis" ou "Harry Potter". J. R. R. Tolkien e J. K. Rowling beberam à vontade das fontes escandinavas. Se quiser saciar sua sede também, "Mitologia Nórdica" tem edição em português da Intrínseca. Na versão em áudio, a locução é do próprio Neil Gaiman, um deleite extra.