terça-feira, 15 de novembro de 2016

Melancólico, e real

A versão audiolivro é resultado do trabalho de voluntários
Não conheço Fernando Miramontes, mas tive sua companhia por ao menos sete horas e meia, como locutor de "Triste Fim de Policarpo Quaresma", romance pré-modernista de Lima Barreto que ouvi na forma de audiolivro entre idas e vindas de casa para o trabalho.

Miramontes e outras pessoas, em vários países, dedicam-se à gravação de obras literárias em domínio público. A iniciativa é da organização Librivox, projeto não-comercial, sem fins lucrativos, que coordena voluntários de diferentes idiomas. Um trabalho pouquíssimo conhecido, quase anônimo, mas que presta um benefício enorme à divulgação da cultura e entretenimento, por exemplo, de portadores de deficiência visual.

"Triste fim de Policarpo Quaresma" foi publicado sob a forma de folhetins em 1911, no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro. O romance narra na linguagem popular da época as iniciativas nacionalistas e quase ingênuas do personagem-título na sociedade carioca dos primeiros anos da Velha República.

Como característica na obra de Lima Barreto, uma história melancólica. E uma aula de Brasil.