O livro traz um capítulo sobre a filmagem de A sangue frio |
Capote não evitava a polêmica, nem poupava ninguém de uma palavra maldosa. Por isso os cachorros latiam forte em sua direção. Mesmo a obra que tomou seis anos da sua vida e o consagrou, A sangue frio, foi objeto de censura por parte de quem acreditava ser inadequado colocar tanto detalhamento e análise sobre um crime que chocou os EUA: o assassinato brutal de quatro pessoas de uma família de uma cidadezinha rural.
Capote investigou todos os passos dos dois criminosos, até sua execução. A sangue frio é considerada a primeira obra de jornalismo literário. Os cães ladram - pessoas públicas e lugares privados traz um texto sobre a participação do autor na filmagem da obra.
Traz, ainda, uma boa visão da vida de Capote, que viajou o mundo ora para entrevistar Marlon Brando em Kyoto, no Japão, ora para acompanhar a trupe de Porgy and Bess na viagem de trem de 1.700 km, entre Berlim Oriental e Leningrado. O relato em primeira pessoa da jornada e da apresentação da ópera em território soviético em plena Guerra Fria, no inverno, é especialmente saboroso.
Capote é o filme que conta a vida do autor e rendeu o Oscar de melhor ator a Philip Seymour Hoffman no papel-título. Ver esse filme e ler Os cães ladram é uma boa maneira de conhecer melhor o escritor. Mas ler A sangue frio é indispensável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário