domingo, 8 de março de 2015

Duendes, poesia e o fim da Guerra Fria

Um ovo de duende no aeroporto de Reykjavik

Dizer que a Islândia é um lugar fascinante é pouco. País a meio caminho entre a Europa e a América do Norte, em pleno círculo polar Ártico, a ilha vulcânica tem menos habitantes do que alguns bairros de cidades brasileiras, mas abriga o "povo invisível": elfos, gnomos, trolls e outros seres místicos.

É também o país das grandes sagas, longos relatos de heróis
islandeses que as crianças já conhecem na escola, histórias que transmitem valores morais e nacionalistas. E foi também o lugar escolhido para um encontro histórico entre o premier soviético Mikhail Gorbachev e o presidente dos EUA, Ronald Reagan. Nos dias 11 e 12 de outubro de 1986, os dois se reuniram para iniciar as negociações para o fim da Guerra Fria.


O encontro foi na casa da foto acima, na capital do país, que leva o poético nome de "baía das águas brumosas", Reykjavik. Einar Benediktsson viveu nessa casa até morrer, em 1940. Além de trabalhar como advogado, ele fundou o primeiro jornal da Islândia, militou pela independência de seu país e pela proteção de seus recursos naturais.

E ainda arrumou tempo para escrever poesias. Agora olhe um pouco mais de perto, na foto a seguir. No singelo banco diante de sua antiga casa, um código de barras permite que, com um celular equipado com escâner, qualquer pessoa ouça a leitura dos poemas de Benediktsson. Bacana que o lugar onde a humanidade afastou-se um pouco mais do risco de uma guerra nuclear tenha preservado espaço para a sensibilidade de um poeta.




Nenhum comentário:

Postar um comentário