quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A espiã que me tirava do frio

Espiã, bonita e ainda vai para o espaço. Não havia como resistir

Cabelos pretos, olhos azuis, corpo atlético, ágil e perigosa, com suas habilidades de luta e uma pistola com cabo de madrepérola sempre à mão. Se a combinação já não fosse suficiente, as aventuras da jornalista/espiã Brigitte Montfort eram irresistíveis por seu tempero de um erotismo sempre apenas sugerido. Nunca de fato acontecia nada (nem podia, em plena ditadura). Mas a sugestão era o bastante para um adolescente imberbe.
Não sei quantos livros da coleção ZZ7 li. Especialmente durante as férias, trocava um pelo outro em uma banquinha improvisada na feira, a cada semana. Era empolgante acompanhar como a sensual espiã da CIA sempre vencia seus inimigos com uma cutelada certeira.
Mais tarde, quando eu e Brigitte já havíamos terminado nosso caso, fiquei sabendo que ela fora criada pelo espanhol Antonio Vera Ramirez, de Barcelona, que assinava com o pomposo nome de Lou Carrigan. E era "neta" do jornalista brasileiro David Nasser, que escrevia as aventuras de Giselle Montfort para o "Diário da Noite". Giselle, a "espiã nua que abalou Paris", claro, era mãe de Brigitte.
Mais bacana foi descobrir que as capas dos livros de bolso eram do desenhista e ilustrador brasileiro Benício, autor, entre outras obras, do cartaz do filme "Dona flor e seus dois maridos". Se as descrições da espiã no texto já eram provocantes, as capas de Benício eram matadoras.

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