A obra foi adaptada três vezes para o cinema |
O texto de Somerset Maugham é
fluido e elegante. Adultério, mentiras, falsidade e amores frustrados cercam os
personagens principais. As fortes emoções que envolvem Kitty Fane são descritas
com apuro, e fazem do leitor um refém da angústia que afeta não só a
protagonista da trama, mas todos que estão ao seu redor.
Em meio a decisões extremas e uma
epidemia de cólera que dizima a população na China rural, a bondade – segundo o
autor – parece sobreviver apenas em um convento de devotadas freiras que cuidam
dos pobres chineses doentes.
O véu pintado é uma história de
arrependimento, com passagens de folhetim que justificam o fato de ter sido
adaptada três vezes para o cinema. Como pano de fundo para o drama, valem as
descrições vívidas que o autor faz da paisagem e das pessoas. Já um escritor de
sucesso, Maugham pôde viajar para o oriente, no momento em que o Império
Britânico dominava a Índia e várias regiões da China, como Hong Kong. É lá que a
trama começa, temperada com sexo de uma maneira que chocava a sociedade de 90
anos atrás, quando o livro foi lançado.
O véu pintado vale a leitura, especialmente
para quem aprecia um bom drama. Mas está longe de ser a melhor obra do autor. Atente
para a citação “The dog it was that died”, colocada
com talento na boca de um personagem em um momento trágico. O melhor momento do
livro.
Para quem optar pelo audiolivro,
a narração de Sophie Ward é impecável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário