Até entre as pessoas que não gostam de
livros e leitura, Sherlock Holmes é um nome e uma imagem: o detetive sabichão,
de cachimbo na boca e o amigo e auxiliar que vivia ouvindo a afirmação pouco
modesta: “Elementar, meu caro Watson!”.
O fato é que o médico e companheiro John Watson
– narrador das aventuras de Holmes - jamais ouviu essa frase, que se tornou tão
popular quanto o detetive. Não importa: ao resolver cada caso com seu método de
observação e dedução, o detetive sempre fazia quem estava acompanhando as
investigações se sentir “menos”.
Afinal, a solução sempre era óbvia, desde o
princípio; testemunhas, Watson e a própria Scotland Yard é que não enxergavam.
Elementar.
Arthur Conan Doyle criou Sherlock Holmes no
fim do século 19, e o detetive protagonizou romances e aventuras por décadas.
Algumas resvalaram pelas fronteiras do sobrenatural, como a ótima O Cão dos
Baskervilles.
Mas alguma coisa tornou-se quase
repetitiva, como este As aventuras de Sherlock Holmes que me acompanhou em
minhas últimas férias. O detetive sempre solicita a presença de Watson com o mesmo
argumento, sempre resolve o mistério, mas nem sempre a trama é criativa.
Exceção
nesse livro de 12 contos é Um escândalo na Boêmia. A narrativa é curta, mas
cria e sustenta a intriga. Vale a leitura e depois conferir a versão produzida
pela britânica BBC na série Sherlock.
A dupla principal é interpretada por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman.
Holmes
não é nem um grau menos arrogante nesta adaptação – uma de muitas feitas para o
teatro, cinema e TV -, mas a interpretação do personagem e sua interação com o “doutor
Watson” é impagável.
Desafio
moleza para nerds: Cumberbatch e Freeman têm algo em comum na obra de outro inglês
famosíssimo. Essa é mais fácil que resolver um dos mistérios de Sherlock Holms.
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