segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Relatos de amargura

Leitura de preferência para quem não está em depressão

Escritora premiada, professora universitária de prestígio, cotada para o Nobel de Literatura, Joyce Carol Oates ainda encontra tempo para ser muito produtiva: publicou mais de 40 obras desde 1963, quando seu primeiro livro foi lançado. É também uma boa demonstração de que quantidade não equivale a qualidade.

Sourland foi lançado em 2010, e preserva as principais características de Oates: textos muito bem escritos que dissecam os sentimentos mais profundos dos personagens. Mas os 16 contos do livro não estão entre os melhores da autora.

Mais uma vez, os personagens centrais são mulheres, e as histórias envolvem violência sexual. Impossível não notar a inspiração na obra de Shilrley Jackson, autora, entre outros, do clássico The hounting of hill houseOates é admiradora confessa da escritora morta em 1964, e editora do seu volume na coleção The library of America

Oates é dona de um estilo mórbido, violento e chocante, como quando constrói o momento de um estupro, a transição de uma cena doméstica banal em torno de um copo de vinho para a violência despertando no comportamento psicótico do atacante.

Há muita criatividade envolvida nas histórias, como uma assustadora "aparição" de uma cabeça de abóbora. Mas as narrativas são repetitivas, e algumas tramas são pouco conclusivas.

Sourland é para aqueles fãs incondicionais que fazem questão de ler tudo de seu autor preferido. Mas há obras mais indicadas para quem ainda não conhece Joyce Carol Oates, como Mulher de barro e Descanse em paz, este reunindo relatos sobre os últimos dias de cinco grande escritores.

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