domingo, 5 de julho de 2015

Jazz literário

Um livro para ser lido com jazz ao fundo
Várias editoras estão empenhadas na sobrevivência do livro físico, de papel. E é bom que seja assim: se a tecnologia e recursos de gráfica abrem espaço para a criatividade, o bom gosto é determinante. E bom gosto não falta à editora Cosac Naify. O perseguidor, de Julio Cortázar, é apenas um exemplo.
Conto-novela do escritor argentino, O perseguidor tem ilustrações de José Munõz, também nascido na Argentina. Seu traço explora as linhas fortes, o preto e branco contrastante, e influenciou artistas do calibre de um Frank Miller em Sin City, por exemplo.
Cortázar era um fã ardoroso do jazz: tocava trompete em casa apenas para seu deleite. E admirava a obra do saxofonista Charlie Parker, no livro retratado como o delirante e adoentado músico Johnny Carter. A vida caótica do músico em Paris, entre drogas, visões, fraqueza física, saxofones perdidos, surtos, mulheres, divagações e momentos de criatividade genial é acompanhada de perto por um jornalista que escreve sua biografia.
Como nas páginas em que se parece ouvir notas musicais em On the road, de Jack Kerouac, O perseguidor é um livro musical, sem que se veja uma mínima ou semínima impressa. 


José Muñoz retrata a cena do jazz em Paris com inspiração

Nenhum comentário:

Postar um comentário