sábado, 9 de março de 2019

Daughters of the Night SkyDaughters of the Night Sky by Aimie K. Runyan
My rating: 3 of 5 stars

Aimie K. Runyan só avisa no fim do livro, mas é muito transparente ao chamar a atenção para o fato de que não é especialista em Segunda Guerra Mundial ou aviação. Em "Daughters of the Night Sky", porém, oferece um relato muito fiel da participação das mulheres na resistência do Exército Vermelho durante o avanço das tropas nazistas sobre o território da antiga União Soviética.

Neste romance, o foco é a história de Katya Ivanova, uma jovem que se apaixona pela ideia de pilotar aviões. A resistência é grande, já a partir do momento em que a menina precisa ter contato na escola com matérias como física e matemática, reservadas aos garotos. A interferência da mãe de Katya é determinante, enquadrando o relutante professor no discurso de Stalin, favorável a condições iguais a homens e mulheres.

A questão dos direitos das mulheres perpassa toda a trama, em constantes conflitos com soldados e oficiais homens. Há relatos de assédio e estupro, mas também espaço para romance e momentos de grande amizade. Acredito que no intuito de pôr mais alguma dose de aventura na trama, Aimie K. Runyan escorrega ao criar um episódio que não condiz com o caráter da protagonista.

Apesar da ressalva da autora, a leitura deve agradar quem gosta de relatos sobre a Segunda Guerra. E não decepciona os admiradores da aviação. Desde a descrição do Polikarpov PO2, monomotor usado nos bombardeios em que Katya atua como navegadora, até as manobras em voo e atuação das equipes de mecânicas em terra, a narrativa é bem estimulante e fiel ao universo dos aviões.

"Daughters of the Night Sky" pode ser lido como complemento à "A guerra não tem rosto de mulher", de Svetlana Aleksiévitch, ainda a obra referência sobre a participação feminina no conflito.


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