Shirley Jackson prova em We Have Always Lived in the Castle que é
possível construir uma boa narrativa de horror sem recorrer a criaturas
sobrenaturais, possessões demoníacas ou casas mal-assombradas. Os três
“sobreviventes” dos Blackwood vivem isolados num casarão retirado, hostilizados
por toda uma comunidade por conta de um crime que vitimou a maior parte da
família.
Não há barulhos noturnos de correntes
sendo arrastadas ou sussurros atrás das paredes. A autora vai construindo uma
história de psicopatia e loucura. O leitor vai sendo cuidadosamente levado a
concluir uma verdade dura demais para ser aceita, mas que se confirma a crua
solução do mistério no desfecho da história.
We Have Always Lived in the Castle não está disponível em português, mas
vale o esforço de leitura mesmo para quem tem pouca familiaridade com o inglês.
Trata-se de uma obra impecável para quem aprecia uma boa narrativa do gênero. Shirley
Jackson (1916 – 1965) é a autora de A
casa amaldiçoada, levada ao menos duas vezes às telas do cinema e
inspiradora de várias obras similares.
Curiosidade (spoiler muito leve): difícil
deixar de pensar que a leitura de We Have
Always Lived in the Castle não tenha influenciado os roteiristas que
criaram Hannah McKay, a viúva negra do seriado de TV Dexter.
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